26.7.07
Faz-me o favor...
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor -- muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny
Publicada por
MECANORMA
à(s)
04:14
0
comentários
Etiquetas: POEMAS
16.7.07
13.7.07
ADEUS
Pela primeira vez respirei sem a tua companhia.
Pânico, e agora? Eras tão confortável...
Vazio, pensei, mas não, senti-me viva!
Respirei sem ti, Romeu, Adeus!
Acordei! a miragem não existia, o mundo estava tão diferente.
Primeiro estranhei, galguei momentos que pertencem agora ao passado.
Hoje estava rodeada de amor.
Quero viver, finalmente vou viver!
Publicada por
MECANORMA
à(s)
05:44
0
comentários
Etiquetas: ROMEU
5.7.07
4.7.07
O amor, quando se revela...
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa
Publicada por
MECANORMA
à(s)
04:36
2
comentários
Etiquetas: POEMAS